quinta-feira, 14 de julho de 2011

ALAIN BURNEL EM NATAL

Parece que está tudo certo para a vinda, dia 05 de agosto, de Alain a Natal em jantar no Ocean Palace Hotel. Programa imperdível para sibaritas, assim que estiver confirmado darei mais informações, enquanto isso veja 10 perguntas ao chef feito pela Istoé Dinheiro:


10 perguntas para Alain Burnel

De Saddam Hussein à rainha Elizabeth, o chef francês Alain Burnel está acostumado a servir celebridades.

Por Priscilla Portugal

Ele esteve por quase 30 anos à frente do Oustau de Baumanière, restaurante do hotel de mesmo nome, em Baux de Provence (com três estrelas no Michelin), na França. Hoje é considerado um dos consultores mais importantes do mundo, quando o assunto é a culinária provençal. Em entrevista exclusiva à DINHEIRO, ele expressou sua admiração pela cozinha familiar. Burnel esteve no Brasil para participar do evento Experience França Gourmet, em São Paulo.

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DINHEIRO – Qual sua opinião sobre a gastronomia molecular, uma das mais recentes tendências da culinária mundial?
ALAIN BURNEL  – Não gosto. Já estive em um restaurante em que serviram ervilhas quadradas! Alterar o sabor e a textura dos alimentos é ridículo.

DINHEIRO – Que tipo de cozinha será a próxima tendência?
BURNEL – Não acredito em tendências. Acredito numa boa e clássica cozinha, com toques de leveza, sem muitos molhos, e com produtos frescos e coloridos. Assim, um ingrediente não mascara o sabor do outro e se aproveita o melhor dos pratos. Valorizo mesmo uma boa cozinha familiar e acredito que ela está sendo cada vez mais apreciada, como um retorno às origens à comida “da mamãe”.

DINHEIRO – Como definiria seu estilo?
BURNEL – Minha cozinha é provençal. Clássica, mas leve. Não gosto da cozinha moderna, porque não se come bem.

DINHEIRO – O sr. já cozinhou para diversos famosos. Quem mais lhe chamou a atenção?
BURNEL – Olha, eles eram hóspedes tão frequentes no Oustau de Baumanière que nem me despertavam curiosidade. Mas já cozinhei para Grace Kelly, para a rainha Elizabeth, para Bill Gates (que prefere pratos bem leves, como saladas) e para o Pavarotti. Esse, sim, era exigente e comia muito, principalmente massas. E não saía do quarto, pedia todos os pratos por telefone. Ah, também já servi Saddam Hussein, em 1988, em um jantar que o ex-presidente da França lhe ofereceu. Também já fiz os casamentos do ator Jean Reno e do cantor Johnny Hallyday.

DINHEIRO - De suas viagens, o sr. se lembra de um episódio interessante?
BURNEL – Recordo que cozinhei para alguns árabes e, quando estávamos fazendo um risoto de aspargos, eles jogaram fora a parte mais valorizada – por nós – do legume, que é a ponta. Lembro que um grupo de japoneses me chamou para passar dez dias ensinando-os a cozinhar. E eles me pagaram 1,5 mil euros por dia!  DINHEIRO – Quais suas impressões do Brasil e de nossa cozinha? BURNEL – A primeira vez que estive aqui foi em 1988. Adoro churrasco, feijoada e as visitas ao Mercado Municipal de São Paulo, onde posso degustar minhas frutas preferidas.  DINHEIRO – Quais as principais diferenças das cozinhas brasileira e francesa? BURNEL – Na França não temos tanta fritura, pois elas são indigestas e custam caro. É preciso usar uma grande quantidade de óleo e renová-lo o tempo todo.  DINHEIRO – Qual é a sua trajetória profissional? BURNEL – Comecei como aprendiz de padeiro, com 14 anos, em 1963. Então, passei à confeitaria. Em 1982 cheguei ao restaurante Oustau de Baumanière, em Baux de Provence, onde fiquei até 2009.

DINHEIRO  – Como é seu dia a dia?
BURNEL – Atualmente minha rotina se divide entre viagens – de Tóquio a Moscou – e as aulas de culinária que dou no sul da França.   DINHEIRO – Quais são seus títulos mais importantes? BURNEL – Quando cheguei ao Oustau de Baumanière, o restaurante tinha três estrelas no guia Michelin e eu as preservei por dez anos. Além disso, faço parte da maîtres cuisiniers de France (uma associação que reúne 250 profissionais que precisam provar domínio técnico, comprovada qualificação superior e um trabalho de valor artesanal).


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